Licenciatura em ciências e tecnologia do ambiente

Disciplina de ecologia aquática

4UC – 3h Teóricas + 3H Práticas / semana

ano lectivo: 2003/2004

Docentes responsáveis:

Prof. Doutor Paulo Santos

Prof. Doutor Nuno Formigo

Programa teórico

1 – ambientes dulciaquícolas

1.1 - INTRODUÇÃO

A origem dos sistemas aquáticos: o ciclo da água. A diversidade dos meios aquáticos. A noção de hidrossistema. A limnologia: ciência dos meios aquáticos continentais.

1.2 - ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DOS SISTEMAS AQUÁTICOS CONTINENTAIS

1.2.1 - Os sistemas fluviais

Funcionamento hidrológico dos sistemas fluviais. Erosão / transporte / sedimentação e geomorfologia fluvial. Uma estrutura longitudinal. A planície aluvial. O papel da vegetação ribeirinha. As relações com as águas subterrâneas.

1.2.2 - Os meios lacustres

Características morfológicas dos lagos. O balanço hídrico. Estruturação dos lagos em função da profundidade. Os principais tipos de comunidades lacustres.

1.2.3 - As zonas húmidas

Características e funções das zonas húmidas. Meios ameaçados a proteger.

1.3 - FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS BIOLÓGICOS

1.3.1 - Química das águas e processos biológicos

Principais características físicas e químicas das águas. Química das águas e processos biológicos.

1.3.2 - Produção biológica e fluxo de energia

A produção primária. Produção secundária e ciclo da matéria viva. Fluxo de energia. O controle das redes tróficas e as cascatas tróficas.

1.3.3 - Ecologia das populações e das comunidades

Heterogeneidade espacial e variabilidade temporal das comunidades. Papel funcional da biodiversidade. Interacções entre meios aquáticos continentais e meios vizinhos.

1.4 - CONSEQUÊNCIAS DAS ACTIVIDADES HUMANAS SOBRE OS HIDROSSISTEMAS

1.4.1 - Valores e usos da água. Uma história do homem e dos hidrossistemas.

1.4.2 - Gestão e utilização da bacia hidrográfica

Ocupação dos solos: agricultura e urbanização. Diques e rectificações do curso. A construção de barragens. Extracções de materiais e retirada de água.

1.4.3 - As poluições e as suas consequências

As diferentes formas de poluição dos hidrossistemas. Bioacumulação e bioamplificação. O fenómeno da eutrofização.

1.4.4 - Indicadores biológicos e estado de saúde dos ecossistemas aquáticos

1.5 - Conclusões

Sistemas ecológicos dinâmicos. Os hidrossistemas: um património ecológico. Para uma gestão integrada dos hidrossistemas.

2 - Ambientes marinhos e estuarinos.

2.1 – Abordagem sucinta das características físicas e químicas dos oceanos. Variação espacial e temporal.

2.2 – Efeitos da variabilidade das características dos oceanos na diversidade e distribuição dos organismos marinhos.

2.3 – Caracterização dos principais ecossistemas, das respectivas comunidades e dos principais factores do meio.

o 2.3.1 – Águas superficiais.

o 2.3.2 – Zonas bentónicas litorais e profundas.

o 2.3.3 - Praias rochosas, praias arenosas e estuários.

o 2.3.4 – Outras zonas.

2.4 – Processos nas zonas oceânicas e estuarinas

o 2.4.1 - Produtividade e cadeias tróficas.

o 2.4.2 – Reprodução e recrutamento.

o 2.4.3 – Interacções entre os organismos.

2.5 – Recursos vivos marinhos: importância e exploração sustentável.

2.6 – Direito do mar, ZEE e Mar territorial, Convenções internacionais para a luta contra a poluição dos mares.

2.7 – Planos de ordenamento das zonas costeiras.

2.8 – Conservação da Natureza em zonas costeiras.

Programa prático

1 – Métodos de estudo de sistemas dulciaquícolas: amostragem, processamento e interpretação de resultados relativos aos principais factores abióticos (hidrologia e factores físico-químicos) e às comunidades planctónicas e bentónicas

2 – Métodos de estudo de populações piscícolas: a determinação da idade (interpretação de padrões de crescimento em escamas e otólitos).

3 – Métodos de estudo de populações piscícolas: a determinação do crescimento (factor de condição de Fulton; relação peso-comprimento e equação de crescimento de Bertalanffy).

4 – Caracterização de ecossistemas lênticos: casos de estudo

5 – Caracterização de ecossistemas lóticos: casos de estudo

6 – O uso de modelos em ecologia aquática: casos de estudo

7 - Praias arenosas e praias rochosas: amostragem e processamento das amostras recolhidas

8 – Praias arenosas e praias rochosas: processamento das amostras recolhidas, descrição simples da comunidade e determinação de índices de diversidade e de similaridade

9 – Cadeias tróficas: caracterização da dieta alimentar de uma espécie de peixe marinho

10 - Exercício de planeamento costeiro tendo em conta as características ecológicas e os conflitos de interesse entre a conservação e o usufruto

Bibliografia

BARNES, R. & R. HUGHES (1988). An introduction to marine ecology. Blackwell Science: 351p.

BERTNESS, M. (1998). The Ecology of Atlantic Shorelines. Sinauer Associates. USA: 415p.

CAMPBELL, A. (1994). Fauna e Flora do Litoral de Portugal e Europa. Edição FAPAS: 320p.

Cortes, R; Ferreira, T., 1993. Metodologia para o estudo das populações de ictiofauna em águas interiores. Série Didáctica. UTAD.

Cortes, R; CARVALHO, L.; CARVALHO, M., 1997. Caracterização físico-química das águas dulciaquícolas: implicações biológicas. Série Didáctica. UTAD.

FERREIRA, T., 1993. Metodologia para o estudo de micrófitos e macrófitos de águas interiores. Série didáctica. UTAD.

GORDON, N.; McMahon, T.; Finlayson, B., 1992. Stream hydrology : an introduction for ecologists. John Wiley & Sons.

HAUER, F.; LAMBERTI, G., 1996. Methods in stream ecology. Academic Press.

KING, M. (1995). Fisheries biology. Fishing News Books: 341p.

LÉVÊQUE, C., 1996. Écosystèmes aquatiques. Hachette, Paris.

MOREIRA, I.; FERREIRA, M. T.; CORTES, R.; PINTO, P.; ALMEIDA, P., 2002. Ecossistemas aquáticos e ribeirinhos: ecologia, gestão e conservação. INAG, Lisboa.

Raffaelli, D. & S. Hawkins (1996) Intertidal Ecology. Chapman & Hall: 356p.

SALDANHA, L. (1995). Fauna submarina Atlântica. Pub. Europa-América: 361p.

SUMICH, L. (1996) An introduction to the biology of marine life. W.C. Brown Publishers: 461p.

WETZEL, R., 1983. Limnologia. Fundação Calouste Gulbenkian.

Avaliação

Exame teórico: 12 valores

Exame teórico-prático: 8 valores

Aprovação na cadeira: obtenção de uma nota mínima de 40% em cada uma das duas partes do exame e de um resultado conjunto igual ou superior a 10 valores.