4.ª mulher doutorada pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
Física e Professora Universitária
Maria Otilde Barbosa Pereira da Costa nasceu a 7 de fevereiro de 1926, na freguesia de Figueira de Lorvão, concelho de Penacova, Coimbra.
Era filha de Alípio Pereira da Costa e de Maria da Luz Fernandes Costa.
Matriculou-se na Licenciatura em Ciências Físico-Químicas da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), em 1945, tendo concluído a mesma a 25 de outubro de 1951, com 15 valores.
Com a discussão da dissertação intitulada «Contribuições para o estudo de probabilidades relativas de ionização dos elementos de número atómico elevado», (…) terminaram ontem as provas de doutoramento em Ciências Físico- Químicas da licenciada Maria Otilde Barbosa Pereira da Costa.
O Primeiro de Janeiro
29 de julho de 1959
A 28 de julho de 1959, Maria Otilde Barbosa Pereira da Costa tornou-se a quarta mulher doutorada pela Faculdade de Ciências. Apresentou a dissertação “Contribuição para o Estudo de Probabilidades Relativas de Ionização dos Elementos de Número Atómico Elevado”, sob a arguência de Amaro Monteiro e de Carlos de Azevedo Coutinho Braga (1899-1982), sendo aprovada com 18 valores no Doutoramento em Ciências Físico-Químicas.
Maria Otilde iniciou a sua carreira docente a 5 de março de 1952, nomeada para as funções de 2.º assistente, além do quadro, do 1.º grupo (Física) da 2.ª secção (Ciências Físico-Químicas). Foi autorizada a renovar anualmente o contrato para as mesmas funções até 1958. Nesse mesmo ano, foi nomeada, por alvará da Reitoria da Universidade do Porto, para o cargo de assistente extraordinário do mesmo grupo e da mesma secção.
Realizadas as suas provas de doutoramento, ascendeu a 1.º assistente, além do quadro, do 1.º grupo da 2.ª secção da FCUP, tomando posse a 9 de setembro de 1959. Em 1970, Maria Otilde foi colocada na posição de Professor Auxiliar, contrato renovado em 1975, desta vez como Professor Auxiliar além do quadro. Foi ainda nomeada para o exercício das funções de Professor Extraordinário do seu grupo a 16 de maio de 1975 (por um período de três anos) e a 13 de setembro de 1978. Ascendeu à categoria de Professor Catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto a 12 de março de 1982.
Na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, enquanto docente, Maria Otilde Barbosa Pereira da Costa foi responsável pela regência de turmas práticas do Curso de Física Geral, de Física Médica, de Termodinâmica, de Mecânica Física e de Ótica. Foi ainda autorizada a reger as aulas teóricas de Meteorologia (1959 e 1963), de Física Médica (1959, 1960-1963), de Física Geral (1966, 1967 e 1969), de Elementos de Física Atómica (1968), Elementos de Física (1971-1973), de Biofísica (1972 e 1974), de Física I (1972), de Física (1974), de Monografia sobre tema de Física (1979) e de Monografia (1979).
A par disso, foi igualmente nomeada como vogal do júri dos exames de aptidão para a primeira matrícula nas Universidades nos anos de 1960, de 1963 e de 1964, como responsável do estágio pedagógico do ramo de formação educacional da FCUP, em 1977, e como membro do júri das provas de agregação prestadas pelo Dr. Manuel António Ribeiro Pereira de Barros, em 1978. Em 1980 foi designada para fazer parte do júri do concurso de Professor Extraordinário do 1.º grupo (Física) da 2.ª secção (Ciências Físico-Químicas) da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra.
Desde o início da sua carreira, a docência foi conciliada com a atividade de investigação na sua área de formação. Em 1957, por concessão do Instituto de Alta Cultura, foi equiparada a bolseira no país, por 11 meses. A mesma instituição viria a conceder-lhe uma bolsa de estudo no país, por cinco anos em 1958. Nesse período, sob a orientação dos Doutores Lídia Salgueiro (1917-2009) e José Gomes Ferreira, desenvolveu trabalhos de investigação na área da Espetrografia Cristalina de Raio X, no Centro de Estudos de Física da Faculdade de Ciências de Lisboa. A equiparação de bolseira no país foi-lhe novamente concedida pelo Instituto de Alta Cultura entre 1964 e 1966.
Em 1962 desempenhou funções de gerência na empresa União Exportações de Chelo, Lda.
Entre 1980 e 1981 esteve, durante alguns períodos, ausente do serviço, por motivos de saúde, regressando ao serviço a 10 de agosto de 1981.
Faleceu a 16 de março de 1999, na freguesia de Mafamude, em Vila Nova de Gaia.
Encontra-se sepultada no Cemitério de Figueira de Lorvão, em Penacova.