Através da sequenciação do genoma dos canários Mosaico, os investigadores encontraram uma única região divergente no ADN, quando comparado com o ADN de outras variedades de canários. “É surpreendente que estas diferenças tão drásticas na coloração das penas sejam determinadas por um único gene”, explica Miguel Carneiro.
Este gene codifica uma enzima que “degrada os pigmentos vermelhos e amarelos. A diferença entre os machos com cores vivas e as fêmeas com cores esbatidas é resultado da quantidade de pigmentos que são depositados nas penas. Assim, este tipo de gene pode dar origem a machos mais coloridos e fêmeas com menos cor”, refere Ricardo Jorge Lopes, um dos primeiros autores do artigo publicado na Science, autor da fotografia da capa e que também é docente da FCUP e Curador de Aves no Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP).
Os resultados do trabalho revelaram ainda que este gene se comporta da mesma forma em outras espécies de aves da mesma família, fazendo crer que este pode ser um mecanismo comum para o dicromatismo sexual em aves
Com este novo conhecimento, os investigadores acreditam que se abrem novas possibilidades no estudo da evolução da expressão das cores em machos e fêmeas. Por outro lado, será mais fácil entender como as estratégias de acasalamento e de nidificação, pressões de predação e a luz ambiental afetam a evolução da coloração em aves.
Neste estudo, participaram ainda Cristiana Marques e Paulo Pereira, estudantes do doutoramento em Biodiversidade, Genética e Evolução, Malgorzata Gazda e Pedro Andrade, antigos estudantes desse mesmo doutoramento, e Luís Nunes, licenciado em Biologia.
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Foto: Ricardo Jorge Lopes
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Renata Silva. SICC. 15-06-2020