Mobilidade para a FCUP em tempos de pandemia
Reportagem com testemunhos de estudantes
Da Itália à Áustria até ao Brasil, Cabo Verde e Marrocos, passando pelos nossos vizinhos em Espanha, Suíça, Alemanha, Roménia, Polónia, Eslováquia e República Checa. De vários locais da Europa, ou fora dela, há mais de 70 estudantes que, apesar da situação atual, quiseram vir estudar para Portugal, particularmente para a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).
Quisemos conhecer alguns destes jovens para saber as suas motivações e como se estão a adaptar nesta experiência ao abrigo de diferentes programas de mobilidade. O balanço deste 1º semestre que está prestes a terminar é positivo. Em comum, existe o sentimento de segurança, proporcionado pelas medidas de combate à Covid-19 implementadas na FCUP.
Fadwa Asraoui decidiu vir para a Faculdade de Ciências ao abrigo de um programa de intercâmbio entre a Universidade de Abdelmalek Essaidi, em Marrocos, e a Universidade do Porto. A jovem marroquina de 28 anos está a frequentar o doutoramento em Biologia na FCUP, onde espera “beneficiar da experiência de outros grupos de investigação e completar a tese”. “O aspeto que mais aprecio na FCUP são os procedimentos de segurança relativamente à Covid-19”, revela.
© DR | Fadwa Asraoui
De Marrocos para a FCUP, vieram também El Mansouri Fouad e Jamal Chenouf. Por recomendação dos seus professores e colegas, El Mansouri escolheu a Faculdade de Ciências para estudar Química Analítica e Ambiente e elogia a qualidade na “investigação e inovação”. Já Jamal, de 32 anos, destaca a “qualidade dos laboratórios e a variedade de dispositivos e materiais disponíveis” e também a “generosidade e hospitalidade dos professores e orientadores”. “Dão-me uma grande ajuda”, conta.
© DR | El Mansouri Fouad (à esquerda) e Jamal Chenouf (direita) são dois dos estudantes marroquinos a fazer Erasmus na FCUP
Vontade de ensinar e um suficiente distanciamento nas aulas
Quando decidiu vir para a FCUP viver uma experiência Erasmus, ainda não havia pandemia. Tânia, da Universidade de Santiago de Compostela, diz que a experiência está a ser “muito boa” no que toca à segurança das medidas implementadas: “As aulas teórico-práticas são presenciais e com o distanciamento suficiente para que não haja contágio e as aulas online funcionam bem em geral”. E o que mais valoriza na FCUP? “A vontade de ensinar dos professores”, responde a estudante.
A fazer um estágio Erasmus na FCUP, na área da Biologia, “pela educação de alto nível e interessante campo de estudos”, Weronika Niczyporuk, de 24 anos, destaca que o melhor da FCUP são os “espaços de trabalho agradáveis e a gentileza das pessoas”.
Já a luso-descendente Céline Cravinho, que veio para a Faculdade de Ciências estudar Ciências do Ambiente, aponta alguns aspetos a melhorar. A jovem estudante de Ciências ambientais da Universidade de Lausanne, na Suíça, salienta a importância de “os professores colaborarem para que a aula seja interessante e tenha algum sentido” e de os horários serem dados com maior antecedência para melhor organização dos estudantes. O balanço que faz da sua experiência é, apesar de tudo, positivo. A estudante elogia sobretudo a simpatia de professores e alunos e considera “enriquecedora” a componente prática das aulas.
© DR | Céline Cravinho
Susana Fragoso, responsável pelo Núcleo de Internacionalização da FCUP, é a pessoa de contacto com estes estudantes e faz também um balanço positivo. “Há casos de estudantes a pedirem um prolongamento do período de estudo para o 2º semestre”, conta.
Em adaptação aos tempos que correm, há ainda quem decida fazer mobilidade à distância a partir do seu país de origem, quando se encontram a frequentar apenas algumas disciplinas na FCUP.
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Renata Silva. SICC. 15-12-2020