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Rui Moura, docente do departamento de Geociências, Ambiente e Ordenamento do Território da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), esteve na Academia da Força Aérea, no passado dia 14 de novembro, para apresentar uma palestra com o tema "A experiência de treino para astronauta suborbital". O convite surgiu na sequência do interesse suscitado pela temática bem como através da recente colaboração entre a FCUP e a Força Aérea Portuguesa na área particular da geofísica aplicada. Esta colaboração entre o DGAOT e a Força Aérea Portuguesa não é de todo nova já que, no passado recente, outros investigadores da FCUP colaboraram igualmente com esta instituição militar nacional.

Rui Moura relatou a sua experiência no âmbito do treino, levado a cabo nos EUA e Canadá, incidindo nos aspetos do perfil do astronauta ao longo da história, a perspetiva pessoal sobre o treino e o potencial científico e tecnológico dos futuros voos espaciais comerciais.

Durante o ano de 2018, o treino e formação do docente tem incidido em alguns dos aspetos do desenvolvimento de fatos espaciais e experiências em microgravidade com simulantes de solos lunares. Em outubro, o docente da FCUP integrou uma campanha de voos parabólicos que envolveu várias instituições, nomeadamente Massachusetts Institute of Technology (MIT), a Universidade de Maryland, o Southwest Research Institute (SWRI), a Agência Espacial Canadiana (CSA), a National Research Council (NRC) do Canadá e a empresa de fatos espaciais, a Final Frontier Design. 

A participação da FCUP neste projeto, em colaboração com o Instituto de Ciências da Terra (ICT), com a Universidade de Aveiro (GeoBioTEC), teve como objetivo testar velocidades sísmicas em regimes de microgravidade de solos simulantes lunares (NASA JSC-1), numa aeronave de testes do NRC (Falcon 20). Os resultados desta linha de investigação pretendem contribuir para um melhor conhecimento das propriedades mecânicas do rególito (camada solta de material heterogéneo e superficial que cobre uma rocha sólida) lunar, bem como de outros astros menores, tais como planetas-anões e asteroides.

Nesta campanha de voos parabólicos, os participantes tiveram oportunidade de contribuir para a Agência Espacial Canadiana, testando, em microgravidade, uma peça de vestuário com instrumentação biométrica (Astroskin) e monitorizando alguns parâmetros. Esta peça será usada pela primeira vez, a 3 de dezembro, pelo astronauta canadiano David Saint-Jacques, a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), no âmbito da missão Soyuz MS-11. 



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