Uma equipa de investigadores do
Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), que integra vários elementos da
Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), ajudou a descobrir um sistema com seis exoplanetas, que vem desafiar as atuais teorias de formação de planetas.
Cinco destes planetas estão presos numa dança rítmica rara em torno da sua estrela central. No entanto, as massas desses planetas não seguem um padrão tão bem organizado, o que põe em causa estas teorias.
Sérgio Sousa, alumnus da FCUP e investigador do IA, que coordena as observações e os resultados científicos de um dos instrumentos que foram utilizados para caçar estes
planetas extrassolares (ou
exoplanetas), explica que “este sistema complexo apresenta mais pistas e restrições para uma teoria global que possa explicar a formação e evolução de planetas”. “Do ponto de vista de teorias de formação, é mais difícil explicar o que pode ter acontecido para que uma mesma nuvem de gás que formou esta estrela e os seus planetas possa levar a uma diversidade e mistura não ordenada de densidades”, acrescenta
em declarações à Agência Lusa.
Os planetas do sistema TOI-178 orbitam a sua estrela “muito mais perto e com maior velocidade” do que a Terra gira em torno do Sol. O mais interior, o que está mais próximo da estrela e que, de acordo com Sérgio Sousa, “não tem uma sincronização clara do ponto de vista de dinâmica do sistema de planetas”, completa uma órbita em “apenas alguns dias”, adianta o ESO.
O estudo internacional,
divulgado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) e publicado na revista Astronomy & Astrophysics, conta com a participação do docente da FCUP,
Nuno Cardoso Santos, e dos investigadores do Departamento de Física e Astronomia,
Susana Barros e
Sérgio Sousa.
© ESO
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Renata Silva. SICC. 25-01-2021