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Docente FCUP descodifica genoma do tubarão branco

Estudo publicado na revista PNAS


Um consórcio internacional de onde se destaca o docente da FCUP e investigador do CIIMAR, Agostinho Antunes, descodifica o genoma do icónico tubarão-branco e revela adaptações-chave em genes envolvidos na cicatrização de feridas e na estabilidade do ADN ligado à proteção contra o cancro.

O trabalho, publicado no prestigiado jornal científico “Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America” (PNAS), apresenta o genoma do grande tubarão branco (Carcharodon carcharias), um dos animais marinhos mais carismáticos entre o público.

Este consórcio internacional de investigadores foi liderado por cientistas da universidade Nova Southeastern, da Florida, Estados Unidos, que compararam o genoma do tubarão branco ('Carcharodon carcharias') com o de outras espécies: desde os humanos ao tubarão baleia. Deste consórcio fez parte o geneticista Agostinho Antunes, Professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Coordenador do Grupo de Genómica Evolutiva e Bioinformática do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto, que esteve desta forma envolvido neste importante avanço científico para descodificar o genoma deste icónico predador e assim entender a biologia dos tubarões em geral.

Os dados revelaram que o grande conteúdo genético do tubarão branco é enriquecimento com mecanismos que aumentam a estabilidade do genoma (ADN) agindo como defesas contra estragos no ADN. Estes dados dão ênfase a uma pressão seletiva que combina: o grande tamanho do genoma, alto conteúdo de repetição, alta representação de retrotransposões, grande tamanho corporal e também longo tempo de vida. De facto, o tubarão branco pode atingir 73 anos de vida e o tubarão baleia pode alcançar os 140 anos.

Estas mutações adaptativas foram encontradas em genes intimamente ligados ao reparo do ADN, à resposta ao dano no ADN e à tolerância ao dano no ADN, entre outros genes, permitindo uma maior resistência ao envelhecimento entre outras doenças. O fenómeno oposto, a instabilidade do genoma, que resulta de danos acumulados no ADN, é bem conhecido por predispor os seres humanos a numerosos cancros e doenças relacionadas com o envelhecimento. O estudo refere ainda que são evidentes as adaptações moleculares para a cicatrização de feridas, com seleção positiva em genes-chave envolvidos no processo de cicatrização.

Além das evidências já mencionadas, é importante referir também que o tubarão branco, tendo um agudo senso de olfato, revelou um genoma com muito poucos genes codificadores de recetores olfativos, um aspeto que contrasta fortemente com a grande quantidade de genes olfativos presentes nos mamíferos e que é considerada a maior família de genes deste grupo de seres vivos, podendo ter cerca de 400 genes em humanos, ou até 2000 genes em elefantes. No entanto o elevado número de cópias de genes vomeronasal verificados no tubarão-branco (13), no tubarão-baleia (10) e no tubarão-elefante (30), sugerem que esta família de genes pode estar por trás do forte sentido olfativo destes peixes cartilaginosos.

Os impactos do estudo publicado no boletim da Academia Nacional das Ciências norte-americana são transversais: além de permitirem direcionar os esforços de conservação desta e outras espécies de tubarões, poderão mostrar-se úteis para estudos de combate ao cancro e doenças do envelhecimento, assim como melhorar o tratamento de ferimentos e potenciar o processo de cicatrização nos humanos.

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