A Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) vai integrar um projeto europeu sobre novos métodos de prospeção de rochas com elementos raros para assegurar à Europa uma transição energética para o uso cada vez maior de energias verdes e sustentáveis.
O objetivo é que sejam criados com este projeto as bases para a descoberta de depósitos de Recursos Geológicos, compostos por elementos químicos raros e fundamentais para a transição de energia como são os casos do lítio, que pode ser usado em baterias, do estanho, do tântalo, do berílio e das terras raras, que podem ser por exemplo usadas nos magnetos das turbinas eólicas.
Os trabalhos do projeto vão começar em meados do mês de agosto com um trabalho de campo a ser desenvolvido na Noruega.
“A nossa equipa vai validar as zonas que já estudamos anteriormente com técnicas de deteção remota por satélites e drones, através de equipamentos portáteis que permitem fazer medições sem deixar qualquer tipo de marca no terreno”, explica Alexandre Lima, docente da FCUP, responsável pela coordenação deste projeto em Portugal e investigador do Instituto de Ciências da Terra.
“Estes equipamentos fazem uma “leitura” das rochas através de um laser e do espectro recolhido para podermos verificar se a nossa interpretação por deteção remota confirma os alvos positivos, ou não (falsos positivos), ou seja, se os elementos que estamos à procura existem ou não nessas rochas”, acrescenta.
A FCUP, que estará também envolvida em trabalho de campo na Áustria e Irlanda, está a usar neste projeto o conhecimento científico que já tinha sido adquirido no projeto europeu LIGHTS ao longo dos últimos dois anos e no qual tem vindo a ser desenvolvido software que deteta zonas de interesse através de imagens de satélite.
O docente da FCUP prevê que, ao fim de três anos, o mesmo trabalho de prospeção que agora vai ser desenvolvido possa ser feito também em Portugal.
A equipa da FCUP, que será responsável pelo Work Package 2 deste projeto liderada pela docente da FCUP, Ana Teodoro, conta também com a participação dos docentes da FCUP, Rui Moura, Maria dos Anjos Ribeiro, Clara Vasconcelos e pela geóloga Joana Fernandes, estudante do doutoramento em Geociências da FCUP.
O GreenPeg, cuja primeira reunião está marcada para o dia 5 de junho, é financiado ao abrigo do programa europeu Horizonte 2020, tem a duração de quatro anos e conta com participantes provenientes de sete países.
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