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Numa altura em que a desinformação pode, não só levar ao perigo de novas contaminações, como à degradação da saúde mental da população, uma equipa de estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) desenvolveu uma solução online para combater as fake news e proteger os utilizadores em relação à quantidade de notícias que leem.

Trata-se de uma extensão para o browser Google Chrome e que funciona como uma espécie de assistente pessoal. Para além de contar o número de notícias que o utilizador lê, a n3wstr4ck avalia-as e classifica-as de acordo com a legitimidade e o tópico, com base em tecnologias de Inteligência Artificial.

“A aplicação proporciona feedback visual instantâneo ao utilizador através da classificação das notícias, sem comprometer a normal utilização do browser. Como um indicador de saúde mental, a aplicação indica o número de artigos lidos por dia, assim como um conjunto de estatísticas relevantes.”, explica o estudante do doutoramento em Informática e docente da FCUP, João Resende.

Outra característica desta solução é “permitir que o próprio utilizador conceda o seu juízo de valor sobre a essência da notícia, quer esta não corresponda às suas expectativas ou haja suspeita de fraude”, conta Inês Martins, estudante do Mestrado em Data Science. “Desta forma, terão um papel ativo, tornando a experiência orientada à sua utilização.”

“Consideramos que é importante haver um foco principal nas comunicações feitas por autoridades oficiais e controlar o número de notícias que lemos por dia”, defende.

Esta ideia foi desenvolvida em apenas 48 horas, na maratona de programação Hackathon EUvsVirus, uma iniciativa da Comissão Europeia, cujo objetivo passou por reunir participantes de toda a Europa para o desenvolvimento de soluções inovadoras para o combate à Covid-19. A equipa da FCUP alcançou o 5º lugar entre os 67 finalistas do tópico “Mitigação da Propagação de Fake News”.

Por detrás desta aplicação, que estará brevemente disponível, está também a estudante do doutoramento em Informática e docente da FCUP, Patrícia Sousa e o estudante do Mestrado em Segurança Informática, André Cirne.

O Hackathon EUvsVirus decorreu nos dias 24, 25 e 26 de abril. Mais de 20 mil pessoas de toda a União europeia participaram com 2.150 soluções apresentadas em áreas como saúde e vida (898), continuidade de negócios (381), trabalho e educação remotos (270), coesão social e política (452), finanças digitais (75) e outros desafios (83).

 
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Renata Silva. SICC. 12-05-2020