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Óscar Felgueiras: 'O Norte do país está a entrar numa espécie de planalto'

Especialista da FCUP em entrevista




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Situação de abrandamento no Norte, mas com incidência "demasiado elevada", pressão nos hospitais, população mais jovem mais atingida nesta segunda fase. Óscar Felgueiras, docente e investigador do Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) faz-nos um retrato da atual situação de pandemia em Portugal. 

 






Como descreve a situação atual de Covid-19 em Portugal?


Estamos numa fase de abrandamento de crescimento, sendo que no Norte estamos a entrar numa espécie de planalto. No entanto, é um planalto com uma incidência demasiado elevada. Para além disso, está a ocorrer uma certa estabilização do número de casos na população ativa, ao contrário do que acontece nas crianças, adolescentes e idosos onde ainda há aumento. O facto de ainda haver subida de casos nos idosos é particularmente preocupante, pois dá origem a uma enorme pressão sobre o sistema hospitalar e é a principal razão que leva a que os óbitos continuem a crescer. Só havendo estabilização na incidência nos idosos é que haverá estabilização nos internamentos e em seguida nos óbitos. O país não está a evoluir todo ao mesmo ritmo e, mesmo no Norte, isso acontece, ou seja, existem zonas com crescimento de casos, outras com estabilização e outras mesmo com decrescimento.


Quais as principais características desta segunda fase da pandemia? Como estamos em termos de capacidade de testagem?

A grande diferença desta segunda fase relativamente à primeira é que a população atingida é mais jovem. Na primeira fase, os idosos com 70 ou mais anos chegaram a constituir nalgumas semanas 25% dos casos quando atualmente não chegam ao 15%. Ainda assim, com uma incidência que é superior em 6 vezes ao pico de abril é inevitável que as consequências sejam mais graves. Em termos de testagem, houve um aumento significativo de capacidade e continua a conseguir-se dar uma resposta minimamente adequada a esse nível.

No entanto, a positividade no Norte tem estado acima de 20%, quando estaria em 10% há pouco mais de um mês atrás, pelo que é natural que haja bastantes casos assintomáticos não detetados, até porque se perdeu muita capacidade de rastreio de contactos.

Há alguma previsão de quando atingiremos o pico desta segunda fase?

Se tudo se mantiver como está neste momento, em princípio não andará longe, uma ou duas semanas. Mas não creio que se vá notar um pico bem definido, antes sim um planalto. Isto pelo menos, ao nível dos casos. Ao contrário da primeira fase, não estamos em confinamento total pelo que a descida será suave. A juntar a isso, havendo diminuição de casos e voltando a haver maior capacidade de rastreio de contactos, é expectável que a deteção de assintomáticos aumente, o que consequentemente suavizará a queda nos casos. 


Quais as regiões de Portugal em que o RT é mais elevado?


Na última estimativa feita pelo INSA, são os Açores com 1,49, apesar da incidência relativamente baixa. Em seguida, o Centro está com 1,17 e já com mais incidência. São as duas únicas regiões com valores acima do nacional que está em 1,10.


"O ideal é mesmo ficar em casa, sempre que possível"

coronavirus

Que conselhos deixa à comunidade FCUP, tendo em conta a situação que estamos a viver?


Acima de tudo que cumpram com todas as recomendações da DGS e as regras estabelecidas pela FCUP. A situação atual ainda é preocupante e há que fazer um esforço para evitar situações potenciadoras de transmissão, tentando reduzir ao mínimo possível contactos com outros.

Eu próprio estive infetado há um mês atrás e não sei ao certo como é que fui contagiado, apesar de ter tido todos os cuidados. Mas pelo menos creio ter conseguido não contagiar ninguém, o que acaba por ser importante.


Na sua opinião, quais as principais e mais eficazes medidas que podemos tomar neste momento para evitarmos um agravamento desta situação?


De uma forma geral, a medida mais efetiva e de maior impacto para travar a propagação do vírus é o confinamento. Tem-se evitado fazê-lo da forma como foi feito em março e abril por causa das graves consequências económicas. Face à elevada incidência atual no Norte, não basta uma estabilização de casos, é mesmo necessária uma redução significativa. Diria que o ideal é mesmo ficar em casa, sempre que possível.








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Renata Silva. SICC. 17-11-2020

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