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Sabiam que...a FCUP tem colaborado com a Agência Espacial Europeia?

Nova rubrica | Tema: Altimetria de Satélite

Sabiam que a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) tem vindo a colaborar com agências espaciais, tais como a Agência Espacial Europeia (ESA), no estudo, através de satélites, do nível médio do mar à escala global?

É verdade. Após o sucesso do lançamento, em novembro passado, do primeiro satélite da missão Sentinel-6, Michael Freilich, explicamos, com a ajuda da equipa da FCUP que trabalha com uma técnica de Deteção Remota denominada Altimetria por Satélite, a importância deste tipo de missões, cujas medidas podem ajudar na tomada de decisões para mitigar as alterações climáticas.

A Altimetria por Satélite é uma técnica de Deteção Remota com um princípio de funcionamento muito simples. “Nesta técnica, um sensor, designado por altímetro radar, é colocado a bordo de um satélite, e emite, à medida que o satélite se desloca na sua órbita, pulsos curtos de radiação eletromagnética em direção à superfície do oceano”, explica Clara Lázaro, docente do Departamento de Geociências, Ambiente e Ordenamento do Território, da FCUP (DGAOT-FCUP).

Estes pulsos, ao atingirem a superfície instantânea do oceano, são refletidos e uma parte deles – ecos ou retornos – é novamente recebida e analisada pelo altímetro. A partir do tempo de propagação do sinal, desde a sua emissão até à receção do seu eco, obtém-se a distância do satélite à superfície instantânea do oceano. Conhecida a órbita precisa do satélite, as medidas de Altimetria por Satélite fornecem a altura da superfície do mar relativamente ao elipsoide terrestre.

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Ora, é por intermédio desta técnica que se sabe, por exemplo, que há um aumento do nível do mar em termos globais de aproximadamente 3.3±0.4 mm/ano, que é contínuo e definitivo se não forem tomadas as devidas medidas de mitigação.

O nível do mar assim determinado inclui a expansão térmica e as alterações de massa do oceano. Para além disso, a Altimetria por Satélite permite determinar as correntes oceânicas de superfície e, portanto, conhecer a distribuição de fitoplâncton e recursos piscatórios, o que ajuda a entender e prever a evolução dos recursos marinhos.

Lançado o satélite, o que acontece?

Os satélites altimétricos como o Sentinel-6 são missões espaciais com um ciclo de repetição constante, o que significa que cobrem a quase totalidade da superfície da Terra, adquirindo informação ao longo do traço do satélite, num intervalo de tempo com um determinado número de dias que depende das características da missão. Assim, ciclo após ciclo, vão obtendo informação sobre a mesma região do oceano. Desta forma, é feita uma média global das medidas adquiridas num determinado ciclo, que é analisada ao longo do tempo, permitindo analisar a evolução do nível do mar global.

Há também, entre os instrumentos dos satélites, um radiómetro passivo de micro-ondas cujas observações permitem estimar a quantidade de vapor de água na troposfera e, portanto, a correção às medidas altimétricas, tendo em conta que a existência de água no estado gasoso provoca um atraso nestas medidas.

A estimação desta correção é mais difícil nas zonas costeiras, dada a variabilidade da quantidade de vapor de água nestas zonas, e as medidas dadas por este sensor degradam-se. “Esta é uma das maiores fontes de erro nas missões de altimetria”, explica Clara Lázaro. É aqui que entra o contributo da FCUP nestas missões.

Descubram mais sobre o contributo da FCUP e os projetos em que a equipa está envolvida.

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