Os docentes da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), Nuno Ferrand e Paulo Célio Alves, estão por detrás de um projeto pioneiro a nível mundial liderado pela Câmara Municipal de Mértola e pelo Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO). Trata-se do aproveitamento dos antigos celeiros da Empresa Pública de Abastecimento do Cereal (EPAC), em Mértola, abandonados há 40 anos, para serem transformados numa Estação Biológica.
Projeto interdisciplinar único no mundo, a Estação Biológica de Mértola vai integrar investigação, residências para cientistas, um museu que junta arte, ciência e a memória histórica dos cereais, a transferência de conhecimento para a economia local e também soluções para os problemas do interior e das alterações climáticas.
Para Nuno Ferrand, também diretor do CIBIO, esta será sem dúvida uma mais-valia para a FCUP, “no que toca à investigação em biologia, ambiente, ordenamento do território, entre outras áreas científicas, mas sobretudo no apoio a aulas de campo e visitas de estudo para os estudantes”.
Com uma componente também a pensar no público em geral, o museu chamar-se-á “Galeria da Biodiversidade Mértola: Centro de Interpretação do Vale do Guadiana” e terá características semelhantes às da Galeria da Biodiversidade do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.
Já na área da investigação, o projeto, cujas obras ainda não iniciaram, tem atraído investigadores de doutoramento das Universidades de Oxford e Cambridge (Reino Unido), de Harvard (Estados Unidos), e Montpellier (França) que manifestaram interesse em desenvolver as suas teses na Estação Biológica de Mértola.
Apesar de não existir fisicamente, segundo o docente da FCUP Paulo Célio Alves, há dois anos que a Estação Biológica já começou a trabalhar no “estudo de caracterização genética da perdiz-vermelha, na monitorização das populações de coelho-bravo, em projetos de formação ou de promoção do ecoturismo e do birdwatching, em cursos de Verão, conferências, entre muitas outras atividades”. Ainda este ano, está prevista a realização de conferências internacionais e estadas de doutorandos e investigadores estrangeiros.
Este projeto, apresentado em dezembro do ano passado, envolve um investimento de 2,7 milhões de euros até 2021 e deverá estar concluído em 2022.
Para mais informações, consultar reportagem do Jornal Expresso.
Foto António Pedro Ferreira - Expresso
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