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Cientistas da FCUP comprovam a existência de ondas internas no Rio Douro

Estudo publicado na revista Scientific Reports, do Grupo Nature


Um estudo realizado por investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) detetou, pela primeira vez, a existência de ondas internas geradas pela pluma do Rio Douro. A pluma, que se forma quando águas de diferentes densidades (como o rio e o mar) se encontram, é uma forma de transporte de nutrientes - ou poluentes - do rio para o oceano.

Estas ondas internas, de grande amplitude e que se propagam entre a pluma e o mar, são importantes na regulação do clima e podem também dar pistas sobre a possível existência de poluição costeira, com impacto na saúde pública.

“Havia conhecimento de uma possível existência de ondas internas geradas pelo Rio Douro, mas nunca o tínhamos conseguido comprovar”, conta José da Silva, docente da FCUP e investigador no Instituto de Ciências da Terra. “Acreditava-se que as ondas internas apenas se podiam gerar em regime supercrítico, ou seja, quando a intensidade das correntes provenientes do rio fosse superior à velocidade de propagação de ondas internas”, acrescenta. E exemplifica: “Pensava-se que apenas os rios de grande caudal como o Rio Columbia na costa Oeste dos EUA, conseguiam gerar ondas internas na região litoral”. Este estudo é pioneiro, pois foi a primeira vez, a nível mundial, que ficou comprovada a existência destas ondas em rios de caudal mais pequeno.

O estudo On the generation of internal waves by river plumes in subcritical initial conditions”, recentemente publicado na revista Scientific Reports, do grupo da Nature, integra o trabalho de Renato Mendes, investigador de pós-doutoramento no Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) e no Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da Universidade de Aveiro. 

Foram precisas várias idas ao mar, por parte deste investigador, para fazer medições in situ, de parâmetros como a salinidade ou a temperatura, com a ajuda de veículos autónomos submarinos (AUVs) do  Laboratório de Sistemas e Tecnologia Subaquática (LSTS) da FEUP. Já em terra, na FCUP, os investigadores conseguiram conciliar esta análise com a observação de dados de satélite fornecidos pelo Sentinel -2, da Agência Espacial Europeia.

“A história do nosso estudo não ficaria completa sem a ajuda de investigadores da Universidade do Quebec, no Canadá, que adaptaram os seus modelos numéricos ao Rio Douro”, detalha José da Silva. Tal como o Rio Douro, os investigadores acreditam que também possam existir ondas internas na pluma de outros rios em Portugal, como o Rio Minho.

Análise do conteúdo na pluma do Rio Douro

 “Desta mistura das ondas internas, pode resultar a acumulação, na pluma do rio, visível à superfície e de cor amarelada, de matéria orgânica, bactérias e vírus”, explica o investigador. O próximo passo do estudo é precisamente analisar este conteúdo.

Esta investigação faz parte do projeto DORIS, coordenado pela FCUP. No âmbito deste projeto, está a ser desenvolvido no LSTS, da FEUP, um veículo de superfície autónomo para recolher amostras do material orgânico que existe à superfície da pluma para posteriormente ser analisado no Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro (UA)

Estas amostras podem dar importantes pistas sobre a poluição na zona costeira. O DORIS prolonga-se até 2022 e trará uma plataforma que poderá ser usada em futuros projetos e ser uma importante aliada no estudo do oceano.

O trabalho conta ainda com a colaboração de investigadores do Departamento de Física da UA. 


pluma_rio_douro
Fotografia de ondas internas observadas do topo de um Edifício na Foz do Douro. São ondas como estas que foram observadas por satélite



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Renata Silva. SICC. 22-01-2021
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