Notícia explicativa do mundo: coleções de cartografia na Universidade do Porto

Cartografia Antiga - peças dos acervos históricos do Fundo Antigo da Universidade do Porto 44 A Biblioteca do Fundo Antigo da Universidade do Porto, em conjunto com os correspondentes núcleos existentes nas bibliotecas das 14 Faculdades que constituem a Universidade do Porto, representam hoje um dos mais notáveis universos de livro antigo em Portugal. Em várias destas instituições encontramos coleções cartográficas importantes, como é o caso das Faculdades de Letras, Ciências, Arquitetura e Engenharia, onde existem mapas e atlas antigos. Emmuitos casos são mapas de base, em série, que responderam e respondem a uma procura e utilização práticas, quer no apoio ao ensino de variados conteúdos, quer no trabalho desenvolvido nos centros de investigação científica. Contudo, os tesouros de cartografia antiga da Universidade do Porto encontram-se na Biblioteca do Fundo Antigo desta Universidade, herdeira das sucessivas bibliotecas da Aula de Náutica (1762), da Aula de Debuxo e Desenho (1779), da Academia Real de Marinha e Comércio (1803), da Academia Politécnica (1837) e, finalmente, da própria Universidade do Porto, criada em 1911. Assim, a nossa procura de mapas antigos concentrou-se no Fundo Bibliográfico Antigo, tendo em atenção dois aspetos: por um lado, a descoberta da cartografia utilizada nas escolas de ensino superior da cidade do Porto, desde o século XVIII; por outro, a descrição e divulgação de O Mundo por perguntas e respostas alguns desses documentos para um público especializado, como é o dos cartotecários ibéricos, reunido em torno do VIII IBERCARTO. Partimos do levantamento efetuado pelo “Projeto de Informatização, Digitalização e Divulgação do Fundo Bibliográfico Antigo”, desenvolvido entre 2005 e 2007, onde se encontra detalhadamente descrito o acervo da biblioteca, hoje disponível em linha. A maioria dos mapas existentes e selecionados são impressos e encontram-se insertos em obras de características diversas, como atlas, tratados de ciências naturais ou narrativas de viagem. Uma muito pequena parte são mapas avulsos e apenas contamos com um exemplar manuscrito, uma carta atlântica de finais do século XVIII. Ao longo da recolha foram-se individualizando seis conjuntos temáticos de mapas: os incluídos em obras “clássicas”, em obras de referência e em compêndios, em estudos militares, em trabalhos de náutica e hidrografia, na literatura de viagens e em obras sobre a colonização europeia no Mundo. Todos os temas respondem às preocupações de uma escola, enquadrada em cada uma das suas etapas de vida, dando resposta aos interesses de professores e alunos, numa relação estreita com as matérias lecionadas. As incorporações, doações e compras de obras, também se ligam, naturalmente, a esse processo. A partir de uma primeira seleção foi feita uma triagem em função dos objetivos enunciados e do espaço expositivo disponível, que totalizou cerca de três dezenas de imagens, com uma ampla cronologia de datas de edição, figurando espaços geográficos diversificados, com distintas escalas e dimensões. A sequência de apresentação dos mapas, em cada um dos temas, obedece a um

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