Notícia explicativa do mundo: coleções de cartografia na Universidade do Porto

Cartografia Antiga - peças dos acervos históricos do Fundo Antigo da Universidade do Porto 42 O Fundo Antigo da Universidade do Porto tem à sua guarda um património bibliográfico e documental que remonta à criação da instrução pública superior na cidade do Porto. Esta instrução começou com a criação de uma modesta aula de Náutica, criada por iniciativa de negociantes portuenses, em 1762, com o intuito de fazer face às dificuldades provenientes da conjuntura económica e política, o que levou à criação de medidas para garantir a defesa interna de fronteiras e colmatar a insegurança na navegação comercial. Esta Aula Náutica, de índole meramente prática, destinava- se a formar marinheiros e rapidamente se percebeu que era insuficiente. Assim, para a adequada preparação dos pilotos era necessária uma aula de desenho. Seguiu-se a criação da aula de Debuxo e Desenho, em 1779, onde se aprendia o desenho de instrumentos e máquinas, a produção de cartas geográficas e topográficas e de plantas de cidades e embarcações. Entretanto, outras solicitações se seguiram, pois havia necessidade de aulas de matemática, comércio e línguas inglesa e francesa. Tudo se encaminhou e culminou na criação da Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto, em 1803. Esta Real Academia do Porto, designação que encontramos nos carimbos apostos nos livros do O Fundo Antigo da Universidade do Porto Fundo Antigo da Universidade do Porto, previa diversas aulas e uma biblioteca de carácter científico. Inicialmente era uma biblioteca com escassos recursos, só passados alguns anos, entre 1827 e 1830, são comprados livros em número significativo. Esta situação melhora consideravelmente em 1833, quando recebe ordem para acolher numerosas obras oriundas dos conventos extintos e que eram livros duplicados da então criada Biblioteca Pública do Porto. A entrega destas obras, cerca de 3000 volumes, iniciou-se em 1836 e continuou até 1840. Tratava-se de exemplares duplicados de obras de ciências matemáticas, navegação, comércio, agricultura, indústria e artes, geografia, cronologia e história. Com este donativo a Biblioteca ficou bastante enriquecida em termos de número de volumes, mas continuavam a faltar obras atuais de interesse para as ciências professadas. Em 1837, dá-se a reforma desta Academia, surgindo a ambiciosa Academia Politécnica, que foi cumprindo a sua missão, reorganizando-se sucessivamente e atingindo um alto e incontestável prestígio científico. A Biblioteca desta instituição acompanhou as suas vicissitudes e o seu crescimento, apesar das constantes dificuldades em fazer novas aquisições. Contudo, em 1883 é editada a primeira parte do “Catálogo da Bibliotheca da Academia Politechnica”, com os livros de Matemática e Filosofia Natural. São também criadas regras para que os Lentes pudessem levar, para fora do espaço da Biblioteca, os livros que dissessem respeito à sua cadeira. É aprovado um regulamento e é prevista uma nova disposição e arranjo dos livros nas estantes. Com o passar dos anos o fundo foi crescendo, contando, em 1878, com cerca de 2800 obras em 8800

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