Aprendizagem Baseada na Resolução de Problemas: Uma proposta metodológica no Ensino da Geologia

                                                                                                     

 

 

Fundamentação do Plano de Formação

 

No mundo fortemente marcado pela Ciência e pela Tecnologia em que vivemos torna-se premente apetrechar os alunos com competências que lhes permitam analisar criticamente e responder de forma consciente e responsável aos desafios do seu quotidiano. A própria Lei de Bases do Sistema Educativo Português (Lei nº 49/2005 de 30 de Agosto), também delibera que este “responde às necessidades resultantes da realidade social” (ponto 4, artigo 2º) e que incentiva “a formação de cidadãos livres, responsáveis, autónomos” (ponto 4, artigo 2º), “capazes de julgarem com espírito crítico e criativo o meio social em que se integram e de se empenharem na sua transformação progressiva” (ponto 5, artigo 2º). Desta forma, a literacia científica é considerada actualmente uma prioridade e uma necessidade na educação, contribuindo para o desenvolvimento do homem como cidadão, através do recurso ao conhecimento científico (Gil e Vilches, 2004).

 

Para a promoção da literacia científica, torna-se necessário que a aprendizagem em Ciência seja significativa e relevante para os alunos. A Aprendizagem Baseada na Resolução de Problemas (ABRP) é uma metodologia, actualmente defendida pela literatura da especialidade, que surge como resposta, pretendendo assegurar uma aprendizagem frutífera e válida para os alunos. Esta metodologia promove o desenvolvimento da autonomia dos alunos e do seu pensamento crítico, permitindo também que o aluno desenvolva competências essenciais para uma aprendizagem ao longo da vida. A ABRP baseia-se no princípio de usar problemas do quotidiano como um ponto de partida para a aprendizagem, trabalhando os alunos em pequenos grupos de modo a alcançarem os seus objectivos (Lambros, 2004). O problema despoleta a discussão entre os alunos, o levantamento de questões e a vontade de descobrir algo relevante para as suas vidas pessoais. Estes participam de forma colaborativa numa construção de conhecimento, tomando decisões, analisando e avaliando a informação para compreender e resolver o problema (Chin e Chia, 2004). Neste processo, o professor é, assim, um facilitador que ajuda o aluno a construir o seu próprio conhecimento e a desenvolver-se como cidadão. O questionamento, quer por parte dos alunos quer por parte do professor, é uma ferramenta muito útil, motivadora e facilitadora da aprendizagem.

 

            Pelo exposto, torna-se crucial a formação contínua de professores de Ciências em Metodologias de Ensino, permitindo contribuir para um ensino da Geologia, em particular, e das Ciências, em geral, mais efectivo e

   motivador.

 

Objectivos da Acção

Com a realização desta acção pretende-se:

 

(i)           Alertar os professores para os objectivos da educação em Ciência, no sentido de acompanharem a mudança e evolução social e tecnológica;

(ii)          Contribuir para a actualização científica dos professores de forma a melhorarem as suas práticas lectivas;

(iii)         Promover uma aprendizagem de metodologias didacticamente actualizadas, potenciando a elaboração de planificações inovadoras e a melhoria das práticas de sala de aula;

(iv)         Auxiliar na construção de materiais didácticos actualizados do ponto de vista científico e motivadores para a aprendizagem: cenários de problematização, fichas de monitorização, grelhas de observação,…

(v)          Contribuir para a alteração das aulas de Ciências, de modo a que sejam motivantes para os alunos e que promovam o desenvolvimento do espírito crítico e competenciação dos alunos.  

 

Conteúdos

 A formação terá a duração de 25 horas, tendo cada sessão a duração de 5 horas:

 

1ª Sessão: Metodologias de Ensino, com especial ênfase na Aprendizagem Baseada na Resolução de Problemas (ABRP). Inquiry based teaching. Fichas de monitorização da aprendizagem.

2º Sessão: Importância do Questionamento (levado a cabo por alunos e professores) na aprendizagem e dos cenários de problematização. Exemplos de cenários.

3ª Sessão: A construção de cenários de problematização e planificação de aulas. Abordagem CTS.

4ª Sessão: Construção conjunta de planificações e de cenários de problematização.

5ª Sessão à Avaliação. Apresentação dos trabalhos finais (Planificação e cenário de Problematização relacionado com uma temática de Geologia, dos conteúdos de 7º ao 12º anos)

 

Metodologias

(I)     Aula teórico-prática: apresentação e discussão de metodologias de ensino, nomeadamente a metodologia de ensino proposta – ABRP. Sugestão de preenchimento das fichas de monitorização e partilha de

        experiências no âmbito desta metodologia.

(II)     Aula teórico-prática: discussão acerca da importância do questionamento (pelos alunos e pelos professores) no processo de ensino e de aprendizagem. Debate de ideias acerca da importância dos cenários de

        problematização e apresentação de diversos cenários.

(III)    Aula teórico-prática: apresentação das regras a ter em conta na construção de cenários de problematização e apresentação de planificações. Importância da abordagem CTS.

(IV)    Aula teórico-prática: Construção conjunta de planificações e de cenários de problematização actualizados ao nível da Didáctica da Geologia.

(V)    Aula teórico-prática: apresentação e discussão pelos formandos dos trabalhos realizados.

 

Ficha de inscrição * envie a sua ficha de  inscrição para formacao.continua@fc.up.pt

       As inscrições são consideradas definitivas após o pagamento da propina.